Produção de cosméticos: quais os principais desafios?

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A produção de cosméticos cresce cada vez mais no mundo todo, e, a cada dia, surgem novas tendências com novas fórmulas e usos. Porém, o que poucas pessoas sabem são os desafios encontrados na produção dos produtos que estão presentes no nosso cotidiano. Acompanhe nosso texto abaixo e descubra quais são os desafios.

A indústria de cosméticos constitui um dos segmentos mais importantes da economia mundial. Em produção, o Brasil passou ao terceiro lugar no ranking mundial e ao primeiro na América Latina. O mercado internacional de cosméticos entre todos os circuitos é estimado em US$90 bilhões, divididos entre maquiagem (19,3%), perfumes (54,7%) e demais produtos (26%).

Como é feita a produção de cosméticos?

A produção de cosméticos pode ser considerada rigorosa, e envolve etapas como:

 

Planejamento do produto

O primeiro passo é gerar ideias promissoras sobre o produto que você deseja desenvolver e os recursos que ele deve conter. Nesse caso, além de realizar pesquisas de mercado para analisar produtos concorrentes, deve-se realizar pesquisas básicas para estudar as matérias-primas utilizadas nos cosméticos e a tecnologia de formulação mais adequada para sua produção.

 

Desenvolvimento da fórmula

Uma vez determinado o conceito do produto final desejado, inicia-se o processo de elaboração da formulação cosmética. Vale ressaltar que, neste momento, existem ingredientes básicos na fórmula de todo produto cosmético, que geralmente não mudam.

Dessa forma, os ingredientes básicos do produto devem ser estudados e outros ingredientes que precisam ser adicionados à formulação devem ser avaliados para garantir a inovação por meio das propriedades específicas que o produto cosmético oferecerá ao público consumidor.

Por fim, também é importante estudar e compreender as etapas de produção deste produto cosmético, avaliando as vidrarias e maquinários necessários para sua fabricação, seja em pequena ou grande escala.

 

O protótipo

Uma vez identificado o papel de cada ingrediente na formulação, o processo de fabricação e a diferenciação do produto, os protótipos podem ser preparados para avaliar a estabilidade e funcionalidade cosmética antes da produção em massa. As propriedades mais importantes a serem avaliadas em produtos cosméticos são pH, viscosidade, densidade e propriedades organolépticas, que garantem uma experiência agradável e agradável ao consumidor.

Além disso, outros testes são realizados para analisar se os produtos cosméticos atendem às exigências regulatórias da ANVISA para registro ou notificação com base em seu nível de classificação (Classe I ou II), incluindo testes acelerados de estabilidade, eficácia e segurança.

 

Registro

O processo de desenvolvimento do cosmético é concluído após o registro do produto ou notificação pela ANVISA e comercialização após aprovação regulatória. Portanto, após a implementação de todas as etapas do processo, os produtos cosméticos podem ter requisitos de qualidade, segurança e hipoalergênicos de interesse dos consumidores.

 

Saiba mais sobre a produção de cosméticos naturais

 

Quais os riscos da produção de cosméticos?

A produção de cosméticos enfrenta alguns desafios, veja abaixo quais são e o que fazer em cada caso:

 

Exposição a produtos químicos

A produção de cosméticos envolve alguns compostos químicos que, se manuseados de forma incorreta, podem gerar impactos negativos sobre a saúde dos trabalhadores, com o risco de exposição elevada, doenças e até acidentes, o que acaba refletindo no setor financeiro das empresas.

Alguns exemplos de produtos químicos utilizados são: Ácido bórico, Amônia, Chumbo, Triclosan, Parabenos, Sulfatos, Oxibenzona, Ftalatos, Formaldehído, 1,4, Dioxano, Cocamida DEA.

 

O que fazer?

  • Ter conhecimento de todos os produtos químicos que existem dentro da empresa;
  • Conhecer o perigo de cada um desses produtos e para isso é necessário ter as respectivas FISPQ’s atualizadas e elaboradas de acordo com a legislação vigente;
  • Fazer o reconhecimento de risco em todo o processo, analisando as atividades em que possam ocorrer exposição dos colaboradores aos agentes químicos;
  • Fazer a avaliação da exposição ocupacional dos colaboradores de acordo com as informações obtidas na etapa de reconhecimento dos riscos;

O tratamento de efluentes

Aqui, podemos considerar 3 desafios, sendo eles o armazenamento, o transporte e o tratamento em si:

Armazenamento

Os tipos de resíduos variam de acordo com a matéria-prima e substâncias utilizadas na produção. Analisar, classificar e quantificar esses resíduos é muito importante para definir o local do armazenamento, a escolha do recipiente de acondicionamento apropriado e definir regras e orientações para o manuseio e transporte.

Pela norma técnica NBR 11.174, os resíduos devem estar armazenados em local apropriado, identificados e classificados. O local de armazenamento deve considerar a minimização dos riscos de contaminação e serem aprovados pelo órgão estadual de controle ambiental. Devido à periculosidade, o acondicionamento dos resíduos industriais é feito em tambores e bombonas, homologados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO).

Transporte

Todo cuidado é pouco nesse trabalho, pois os resíduos podem concentrar poluentes, inclusive metais pesados e até amônia, como citamos acima. Como cada resíduo possui características específicas, com diferentes concentrações de poluentes, na maior parte dos casos, devem ser transportados separadamente.

Para coletar os materiais, é preciso possuir licenças no IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), INMETRO e nas companhias ambientais de cada Estado.

Tratamento

Há duas opções a serem consideradas: in loco, com a construção de uma ETE (Estação de Tratamento de Efluentes), ou off-site, método indicado para empresas que não têm espaço para instalações próprias ou não querem investir na construção e funcionamento de uma ETE, neste caso, é necessário contratar uma empresa de terceirização.

Também deve ser levado em conta que cada tipo de resíduo possui um método de disposição designado. A avaliação técnica deve indicar as características da carga poluente e do resíduo antes de atribuí-lo ao processo mais adequado.

Meio ambiente

Ingredientes e substâncias como microesferas/microplásticos (pequenas partículas de polietileno), corantes, neutralizantes, ceras parafínicas, UV filtros, alguns conservantes (parabenos, triclosan) e polímeros sintéticos (poliacrilatos) podem impactar significativamente o meio ambiente.

A ingestão de microplásticos pelos animais aquáticos pode levá-los à asfixia, causar lesões em órgãos internos e intoxicação, devido à grande capacidade dos microplásticos de absorverem compostos de alta toxicidade, como metais pesados.
Nos seres humanos, apesar de alguns estudos já terem identificado a presença de microplásticos em fezes humanas, pouco se sabe ainda sobre quais os efeitos que estes podem ter no corpo humano. O que se sabe é que pode haver consequências mecânicas e patológicas, como obstruções e intoxicação, como nos animais aquáticos.
Além disso, a embalagem dos produtos é outro fator preocupante em relação ao meio ambiente.

Normas e legislações

De acordo com a Lei 6360/76, os produtos cosméticos estão sujeitos às normas de vigilância sanitária. Somente as empresas autorizadas pelo Ministério da Saúde e pelo órgão sanitário de seus respectivos Estados podem fabricá-los. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que fornece esta permissão para fabricação.

Para conseguir essa autorização, sua empresa deve seguir os requisitos exigidos em legislações especificas de cosméticos, por exemplo a Diretoria Colegiada nº 48 de 2013 (RDC 48/2013), que “aprova o Regulamento Técnico de Boas Práticas de Fabricação para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, e dá outras providências.

Os produtos cosméticos devem ser seguros nas condições normais ou razoavelmente previsíveis de uso. Os testes de segurança de cosméticos têm por objetivo verificar a ausência de irritação, sensibilização, fototoxicidade e fotoalergia.

Os atributos ligados à segurança de cosméticos passíveis de comprovação são: dermatologicamente testado; oftalmologicamente testado; clinicamente testado; produto para pele sensível; hipoalergênico; etc.

A ANVISA disponibiliza guias para produtos cosméticos: Guia para Avaliação de Segurança de Produtos Cosméticos; Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos

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