Como se comprime o comprimido?

 em Produção, Química

Sentiu dor nas costas? Tomar um relaxante muscular pode ajudar. Está com febre? Recomenda-se um antitérmico. Medicamentos fazem parte da realidade da sociedade, ainda mais, após o estabelecimento da indústria farmacêutica, após o término da Segunda Guerra Mundial e o início da produção em grande escala de penicilina. Atualmente, com a pandemia em curso, as discussões sobre medicamentos estão em voga. Saiba como é feito o comprimido

Cabe diferenciar, inicialmente, que nem todo remédio é medicamento. Ambos tratam diferentes sintomas, como febre, tosse ou dores, bem como podem eliminar as causas de doenças, por exemplo, as infecções; entretanto, entende-se por remédio todo cuidado associado a cura ou alívio de enfermidades, assim, chás, massagens e repouso são remédios, mas não são medicamentos. 

Medicamentos são todas as substâncias elaboradas de forma técnica em farmácias ou indústrias conforme as determinações legais de segurança, eficácia e qualidade

No que se refere ao mercado farmacêutico brasileiro, o país era o sétimo maior mercado do mundo no ano de 2018, conforme o Guia Interfarma de 2019, com faturamento de R$ 76,20 bilhões. Previa-se para 2023 que este nicho movimentaria entre US$ 39 bilhões e UU$ 43 bilhões, entretanto, os dados devem variar em decorrência da pandemia.  

Quanto aos medicamentos mais consumidos nacionalmente em 2018, entre os dez primeiros medicamentossete existem na forma farmacêutica de comprimidos, a mais popular forma dos medicamentos. Mas afinal, como se dá a produção de comprimidos?  Por que eles são tão populares? Entenda um pouco mais sobre o assunto. 

As vantagens e desvantagens de ser comprimido ou O que são os comprimidos? 

Comprimidos é uma das formas farmacêuticas sólidas mais comum. A grande maioria é para administração oral e suas características variam muito, como peso, tamanho, formato, espessura etc., conforme as suas finalidades e os seus métodos de fabricação.  

Esta forma farmacêutica contém os princípios ativos, ou seja, as substâncias que têm a função terapêutica, bem como os adjuvantes ou excipientes utilizados na preparação do medicamento.  

A formulação dos comprimidos sempre contém adjuvantes, pois as substâncias farmacologicamente ativas não são administradas no seu estado puro. Estes compostos auxiliares não possuem atividade terapêuticas e auxiliam na produção e estabilidade dos comprimidos, atuando como diluentes, aglutinantes, desintegrantes, lubrificantes, entre outros.  

Como vantagens, os comprimidos permitem uma dosagem de alta precisão, são normalmente bem estáveis e resistentes à choques e abrasões, possibilitam a introdução de revestimentos que podem auxiliar nos sabores e odores dos medicamentos. Também são a forma de administrar fármacos insolúveis em água e permitem uma liberação controlado dos princípios ativos.   

Quanto a desvantagens, os comprimidos possuem uma absorção menor em relação aos medicamentos líquidos, podem ser mais complicados de se administrar, bem como podem provocar irritações no trato gastrointestinal. 

 

Produzindo comprimidos 

Os medicamentos neste formato são fabricados por granulação úmidagranulação a seco ou compressão direta. 

Independente da técnica aplicada, o processo de fabricação sempre se inicia com procedimentos de peneiração compostos pulverizados inerentes do medicamento, para garantir a granulometria correta, e mistura em misturadores de pós, misturadores planetários ou misturadores em V. Esta última etapa visa garantir a uniformidade da distribuição dos pós e evitar problemas com o teor dos comprimidos.  

Caso a granulação a seco seja o meio de produção, o pó passa por pré-compressão em compactadores variados, visando agregar mais as partículas sólidas. Então os agregados passam pela calibração, que tem como objetivo obter grânulos de tamanho específico, para que na etapa de compressão seguinte, os comprimidos formados possuam pesos homogêneos. 

Normalmente, comprimidos obtidos por este método permitem fármacos hidrolisáveis em sua composição, por não utilizarem aglutinantes. Além disso, não requerem secagem, o que resulta em menor tempo de produção. Como pontos negativos, os medicamentos assim fabricados possuem características de interesse, como dureza e friabilidade, inferior àquelas obtidas pelos outros métodos. 

Se a granulação via úmida for utilizada, o pó deve receber o aglutinante, que garante a formação dos grânulos das partículas pulverizadas. Uma vez preparado o aglutinante, é incorporado de maneira uniforme ao pó, normalmente em uma masseira em movimento, no procedimento conhecido como umectação. Em seguida, ocorre a granulação da massa obtida por um tamis de granulador oscilante. Por último, ocorre a secagem em estufas ou equipamentos de leito fluidizado e a calibração dos grânulos.  

Este procedimento garante melhores características de friabilidade e dureza, além de permitir a compressão de altas concentrações de fármacos. As desvantagens do método consistem em não poder usar compostos hidrolisáveis, bem como o tempo maior de produção. 

Além das granulações, a tecnologia mais moderna de fabricação de medicamento é a compressão direta. Consiste em submeter os fármacos devidamente preparados à pressão exercida entre duas punções em determinada matriz, conforme o peso do medicamento.  

Apresenta certas vantagens, como não necessitar de aglutinante e secagem, além do processo ser de rápida fabricação de comprimidos com boas características. Contudo, é suscetível à erros de variação de peso a à defeitos da forma dos comprimidos. 

A indústria farmacêutica é ampla e os comprimidos são somente uma forma de medicamentos. Existem diversos processos de fabricação com diferentes tecnologias aplicadas, além de ser um mercado que continua em expansão. 

 Achou interessante o processo de fabricação de comprimidos? Gostaria de melhor a produção que possui? A CATALISA pode ajudar você! Entre em contato conosco! 

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