Análise de perdas: como ela acaba com retrabalhos

 em Produção
No blog sobre Mapeamento de Processos, você era gerente de uma indústria e fez um mapeamento de processos formidável. Esse trabalho gerou frutos e você foi realocado para uma unidade da empresa que produz peças automotivas. Mas seu inimigo agora é outro, há muito retrabalho na linha de produção, material e tempo são gastos sem gerar renda para a empresa, é chegada a hora de você fazer uma análise de perdas.
 
As perdas em um processo produtivo são todos os gastos que não fazem gerar um novo produto ou agregar valor ao seu produto, elas produzem um impacto negativo na lucratividade da sua empresa. É imprescindível que haja um trabalho visando eliminar ou minimizar essas situações que podem ser classificadas em 7 tipos de perdas de produção:
 
  • Perdas por superprodução: Esse tipo de perda se relaciona a produtos feitos em excesso, onde foi investido capital financeiro da empresa e não será vendido. Além disso os produtos feitos com antecedência são classificados aqui, pois além de ficar ocupando espaço físico foi feito em detrimento a outro investimento que poderia ser mais urgente.
  • Perdas por transporte: São as perdas de produto em trânsito de um local até outro, há tempo gasto no processo além de recursos da organização como funcionários na logística.
  • Perdas no processamento em si: São relacionadas aos procedimentos desnecessários para fabricação do produto, dependem muito da utilidade do produto para o cliente, para certo tipo de cliente talvez sua peça não precise passar por determinado tratamento térmico, por exemplo.
  • Perdas por fabricação de produtos defeituosos: Referem-se à fabricação de produtos fora das especificações do cliente, conhecidos como produtos não-conformes. Investiu-se na concepção de um produto que não gerará renda a empresa.
  • Perdas no movimento: São os movimentos desnecessários feitos pelos operadores durante o processo, há uma perda de tempo no deslocamento desses funcionários, evidenciando um problema de layout na unidade.
  • Perdas por espera: Relacionadas a produtos que precisam ficar esperando durante uma etapa de fabricação, isso impacta enormemente no tempo de execução e demonstra um problema sério de planejamento do processo produtivo.
  • Perdas por estoque: Estão relacionadas ao custo de manutenção de estoque de matérias-primas, que ocupam um espaço físico dentro da fábrica, camuflam um balanço desorganizado da empresa entre a entrada e saída de materiais e produtos.
 
Agora que você sabe quais os tipos de perdas que podem ocorrer na sua produção é hora de identificá-las, nessa nova unidade você começa aplicando o mesmo método da outra fábrica, um mapeamento dos processos produtivos, já que ele é essencial para encontrar falhas.
 
A primeira perda que você encontra é de transporte e espera, a matéria-prima vem de um fornecedor que se localiza a mais de 400 km da sua unidade. Isso é um problema sério, sua empresa demora mais a agir diante de novas encomendas, pois precisa aguardar a chegada do material.
 
Você identifica também que a empresa adota uma política de enviar mais peças aos clientes, a fim de compensar possíveis peças não-conformes. Isso além de gerar perda de material, faz com que sua equipe trabalhe a mais sem necessidade, e mesmo assim eventualmente levará a retrabalhos, o que pode comprometer a sua imagem perante o cliente.
 
Por fim, as peças já produzidas ficam em um setor da fábrica por 2 dias até que sejam levadas ao cliente, esse estoque é desnecessário e representa uma perda considerável.
 
Tendo a identificação bem realizada, você precisa se aproximar ao máximo do sistema de produção enxuta, o chamado lean manufacturing. Essa é uma metodologia que surgiu com a Toyota onde é pregado um sistema que evita ao máximo ter excedentes, combinado com um controle de qualidade eficientes em toda etapa produtiva. Alguns dos conceitos ligados ao lean manufacturing são:
 
Kanban: É um sistema que utiliza de artigos visuais como cartões e post-its para informar as necessidades de cada setor, principalmente em termos de materiais comprados. Permite a redução de desperdícios, melhor programação da produção e menor quantidade de produtos em estoque.
 
Just in Time: Esse sistema de gerenciamento da produção indica que nada deve ser produzido, encomendado ou transportado antes do momento certo. O grande intuito dessa ferramenta é evitar que haja estoque. Muitas vezes se utiliza de ter menos fornecedores e mais rápidos, facilitando o giro da produção.
 
Poka-Yoke: É uma ferramenta que previne erros humanos na operação além de defeitos no produto final. Um grande exemplo de poka-yoke no cotidiano, é a entrada USB do seu computador que só permite o encaixe de um dos lados. Numa linha de produção há sistemas que permitem a fácil constatação de produtos com inconformidades.
 
Você agora tem base suficiente para solucionar as perdas da produção. Para o caso da perda por transporte, é interessante trabalhar com a equipe de logística na procura de um fornecedor mais próximo, evitando grandes deslocamentos de materiais.
 
A perda por mandar material a mais que o solicitado esconde um grande problema, sua unidade fabrica peças não-conformes demais, por isso tem o hábito de enviar peças extras. Para sanar isso, é necessário implantar um controle de qualidade forte, utilizando conceitos como Cartas de Controle e CEP (Controle Estatístico do Processo), assim será possível identificar as etapas que tornam as peças não-conformes, e decidir rotinas de manutenção dos equipamentos ou mesmo substituição de máquinas em casos mais graves em que seu processo não é efetivamente capaz de atender às especificações do cliente.
 
A situação do estoque, assim como a do transporte tem como raiz do problema um mau gerenciamento da produção, o que nos mostra a necessidade de implantação de um PCP (Planejamento e Controle da Produção) adequado a unidade produtiva.
 
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